Das Páginas para as Telas: Querido John

Querido John é um filme baseado no livro do escritor americano Nicholas Sparks, mesmo autor de Diário de uma Paixão e Um Amor para Recordar, livros que também foram adaptados para as telas.

 E eu não poderia ter escolhido outro, estou completamente mergulhada nesta estória, pois o Clube da Leitura discutiu esse mês o livro Querido John e eu tenho o filme aqui em casa. Então juntei o útil ao agradável, mas vamos ao que interessa.

Elenco: Channing Tatum(John), Amanda Seyfried(Savannah), Henry Thomas, Richard Jenkins, Scott Porter, Luke Benward.

Filmografia: Aqui vão alguns dos trabalhos anteriores dos protagonistas do filme.

Channing Tatyn: Um dos seus primeiros trabalhos foi uma ponta em Guerra dos Mundos (2005), depois surgiu como protagonista em Ela Daça, Eu Danço (2006), voltando em Ela Dança, Eu Danço 2 (2008) em uma curta participação. Saltando em 2009 em filmes como Veia de Lutador, G.I. Joe: A Origem de Cobra e Inimigos Públicos.

Amanda Seyfried: Antes da fama fez participações em diversos seriados, como em  All My Chlidren(2002), Veronica Mars(2004), Justice(2006). Mas só em 2008 despontou nas telas em Mamma Mia!, onde viveu Sophie, ao lado de estrelas como Meryl Streep e Pierce Brosnan.

Direção: Lasse Hallström.
Cineastra sueco, Hallström aprendeu a filmar fazendo vídeos musicais, em particular os feitos para o grupo ABBA, que foi uma banda pioneira no campo dos videoclipes. Após o sucesso internacional de Minha vida de cachorro / Vida de cão (1985), atualmente está filmando nos EUA. Onde já dirigiu filmes como Chocolate(2000), Casanova(2005) e Sempre ao Seu Lado(2010).

Trilha Sonora: Deborah Lurie

Gostei das músicas do filme, bem encaixadas e realmente traduziam as emoções das cenas. Só não gostei pois a música Set the Fire to the third Bar - Snow Patrol que é a música tema do trailer do filme não entrou para a trilha oficial. Aqui segue a lista de músicas:

1.    Paperweight - Shuyler Fisk/Joshua Radin
2.    Moon, The - The Swell Season
3.    Amber - 311
4.    Excelsior Lady - The Donkeys
5.    Things & Time - Wailing Souls
6.    Little House - Amanda Seyfried
7.    This Is the Thing - Fink
8.    Think of Me - Rosi Golan
9.    You Take My Troubles Away - Dan Wilson/Rachael Yamagata
10.   Dear John Theme - Deborah Lurie

Estúdio: Relativity Media / Temple Hill Productions
Ano: 2010
País: EUA
Classificação: 12 anos
Gênero: Romance/Drama
Duração: 105 min.
Site oficial: www.dearjohn-movie.com
Trailer:



ATENÇÃO: Este post contém SPOILER. Caso você ainda não tenha lido/assistido cuidado!

Sobre o filme:
A gente sabe que adaptar um livro significa alterar, dá mais ritmo a determinados pontos da estória, pois há certas passagens que ficariam inviáveis para as telas, que tem como objetivo sintetizar páginas em cenas que costumam ter 2 horas de duração, em média.

O diferencial é aplicar esses arranjos sem alterar a proposta de cada cena, sem modificar o sentido geral da estória. E ao assistir as adaptações vamos percebendo essas mudanças, algumas sutis, outras nem tanto. Claro que cada um tem os seus critérios e impressões, por isso que queria enfatizar que esse post é um esboço das minhas impressões, apenas isso.

O começo do filme diferiu bastante do livro e eu fiquei me perguntando o por que dessa mudança, pois o início do livro é completamente impactante, nos levando a um profundo questionamento. Só depois entendi a razão dessa modificação.
E o filme continua... Sempre acabo maravilhada com a concretização das cenas, é como você ver tudo o que antes imaginou ganhando cores, sons, ritmo. É incrível!

Percebi algumas alterações na personalidade dos personagens. Por exemplo, John se mostra tão atrapalhado, desastrado no filme. Já Savannah tornou-se bem mais ousada do que nas páginas. O que resultou em uma entonação diferente ao relacionamento dos dois. Lembro que quando estava lendo, fiquei encantada com a intensidade do sentimento que os unia, mesmo sem ter havido nenhum envolvimento mais específico. Eu poderia citar a cena do primeiro beijo, onde no livro é criado uma ideia de encanto, doçura e até mesmo uma super valorização, diria uma visão mais romântica daquele simples beijo. Sensações estas que lamentavelmente, a cena no filme não conseguiu me passar, lá senti mais a intensidade da atração entre eles.

Um outro ponto a se abordar foi a introdução mais direta de Alan na estória, gostei, deu mais proximidade aos desejos/sonhos de Savannah e até mesmo a questão do autismo.
Adorei também as cenas de John no exército, deu uma imagem melhor de como era a amizade e companheirismo entre eles e sem falar no forte sentimento patriótico que os americanos tem pelo seu país.

Alteraram um pouco a cronologia dos acontecimentos, mas felizmente nada que pudesse interferir no significado e importância dos fatos. O que eu não gostei foi como John tomou a decisão de se realistar devido ao 11 de Setembro. Não passou com exatidão os seus motivos, demonstrou uma certa insegurança, o que na realidade não existiu. Quem leu o livro, sabe que embora ele desejasse voltar para Savannah

Adorei a cena de John com o pai no hospital, deu mais transparência ao relacionamento dos dois, trouxe mais emoção na despedida, o que no livro não foi tão possível, foi doloroso de outra maneira.

Quanto a Savannah, acho que no filme passa a sensação muito forte de que ela casou com o Tim por pena, para ajuda-lo. Eu discordo um pouco, pois apesar de na época ambos terem se aproximado pelas dificuldades que viviam, o diferencial da situação foi ela não ter mais esperança com John, ela quis acreditar que a vida dela deveria prosseguir e por que não com uma pessoa tão maravilhosa quanto o Tim? Pena que nem sempre o nosso coração segue o que a nossa cabeça dita.

Apesar de saber que o final do filme não é característico do Sparks, eu gosto de pensar que é uma continuação das páginas do livro depois de um certo período de tempo transcorrido. Pois quem pode garantir que o Tim não seria acometido novamente pelo câncer?
 O livro termina exatamente como deveria terminar, com John nos mostrando/respondendo a pergunta inicial.

“O que significa amar verdadeiramente uma pessoa?”

E foi aí que eu entendi por que eles mudaram o começo da estória no filme, omitiram esse questionamento que é exatamente o motivo que leva John a nos contar a sua estória.

No filme teríamos a oportunidade de viver, acompanhar esse amor, estando ele nos momentos bons e ruins. E mesmo quando tudo indicasse o contrário, deveríamos acreditar que o futuro só Deus sabe e que nada é verdadeiramente impossível de acontecer. Que o amor quando verdadeiro liga duas pessoas, ultrapassando o tempo e toda e qualquer barreira que entre em seu caminho.

Um lindo filme, uma linda estória!

Alguém conseguiu ler tudinho? ;X  Post enormeeee! 

Beijoooooos!